16.3.10

água na boca

de boa noite são
o beijo, a rima, a métrica
deste poema

prometidos sejam
todos os versos que farei um dia em sua homenagem;
como as claras que bato por quem salivo,
eles contêm meu regozijo,
os versos me contêm
e são seus

mas só de saliva não vive
um bicho,
é preciso ter água para molhar
o que pela boca entra
como carne seca
e salgada

o olhar faminto seu
é meu desesperado consolo
e alívio

por isso, menina,
feche os olhos!

quero sonhar junto

dias de felicidade
mútua
eu quero muito

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para Flávia, que me lê, me sabe, me saliva.

1 comentário:

Flávia disse...

o melhor presente que já ganhei, depois de você.

inexplicável o que eu sinto, Romin. o que mais se aproxima é: meu coração saindo pela boca. inefável. entendeu?


muita romã até o fim de nossas vidas.