22.6.10

vinte e sete versos refeitos

há anos, venho tentando dissociar
a rima lapidada da força bruta de uma palavra:
uma reinvenção

faço aniversário quando, ao contrário da letra datilográfica,
tenho identidade, tenho nossa caligrafia - minha, sua -
em todos os cartões que recebi

a você, meu convite para
tomar alguns copos,
repartir um bolo recheado,
rever amigos de tanto tempo,
estender as horas além do trabalho,
rir de nossas complicadas histórias
à luz de velas atoladas em brigadeiro;
ao som de palmas, e não palmadas do tempo

marque na sua agenda o dia
cuja noite terá presenças calorosas
em meio a bexigas coloridas,
poltronas pé-palito,
garrafas de tubaína
e meus desejos retrô

desejos do menino-eu que não quer crescer ligeiro,
toma poucos cuidados antirrugas
e promete começar o tratamento contra a calvície
com a mesma verdade de quem inicia uma dieta na segunda-feira

por que este ano seria diferente?
porque, daqui para a frente,
só será refeito o vigésimo sétimo verso deste poema


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Dia 24/06, quinta-feira, a partir das 19h, no Tubaína Bar, estarei à sua espera. É um lugar com preço "quase-justo", ambiente agradável, comida gostosa e cheio de memórias afetivas. Fica na rua Haddock Lobo, 74, Centro - São Paulo, SP. Aceita cartão de crédito e não tem consumação mínima. Mesa reservada em meu nome. www.tubainabar.com.br


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