29.7.14

deboche palhacesco

No carnaval, o nariz é bem vermelho
Nos protestos populares, também
Mas no dia a dia, na falta de uma fantasia
- ou de uma utopia -,
corpo inteiro na realidade,
qualquer um grita que não é

Não entendo essa palhaçada

28.7.14

Skyporenquanto

[22:14:28] romulo.osthues: Eu balanço
[22:14:35] romulo.osthues: em toda corda
[22:15:01] romulo.osthues: banda toca
[22:15:06] romulo.osthues: apreensão
[22:15:41] romulo.osthues: Tensa linha tênue
[22:15:55] romulo.osthues: entre mim e ti
[22:16:19] romulo.osthues: - uma internet
[22:16:50] romulo.osthues: Afeto já
[22:16:59] romulo.osthues: on-line seja
[22:17:25] romulo.osthues: presença aqui
[22:17:36] romulo.osthues: aí presença
[22:17:54] romulo.osthues: Eu/quilíbrio
[22:18:07] romulo.osthues: Vc amparo
[22:19:11] romulo.osthues: O riso é
[22:19:45] romulo.osthues: um querer
[22:20:02] romulo.osthues: entre os dentes
[22:20:12] romulo.osthues: e o que está no peito
[22:20:20] romulo.osthues: Meu riso é ter
[22:20:24] romulo.osthues: seus sinais

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Para S.

light metal

No sax
Me toca o sex
Me toca de qq maneira
Sem partitura
Com mordedura
Boca onde queira
Mas queira em mim
Essa canção que tem na cabeça
E no tatear sobre meus metais
Light metal

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para S.

25.7.14

ufanias

Aqui dentro, o que aberto é peito é também um coração à vista. Eu trago nele um amor florestal, costeiro. Desejos de bicho do mato: de coqueirais, dos manguezais, das ciliares de rios. Paixões por dunas, chapadões serenos, véus de noivas em casamento, atlântica mata longe do litoral. Ah! Saltos em altura - paraquedas em Boituva que nunca experimentei. Infinito à vista ainda que no pico haja neblina. Pampas com vastidão verdejante. Em tudo isso, eu me encontro.

Trago um amor na medida do nosso contexto... ora árido, ora submerso. Um amor brasiliano. Amor ao natural neste território feito de céu, terra e sol. E de águas doces e salgadas que diários banhos nos doam. M/e/o/rgulho.

23.7.14

O preço de não ter preço OU Como lidar com os recursos

Não sou barato, nem caro. Faço negócios interpessoais não por dinheiro. Resisto a acreditar que todo mundo tem um preço.

"Atleta jamaicano é avaliado em 20 milhões de uma-moeda-qualquer", anuncia o jornal de hoje. Eu me recuso a ter cifras e etiquetas de remarcação atrás do pescoço. Estou, mesmo, é de graça. Sorriso gratuito do início ao fim da quarta-feira. E nos outros dias da semana também - inclusive, fora da xepa. Não... Não rasgo cédulas, nem derreto moedas. Dinheiro é recurso, assim como água, alimento, tempo. Uns têm muito, outros nem tanto. O segundo é o meu caso. Por minha (ir)responsa, vivo, atualmente, com dinheiro insuficiente. Hahaha

O jeito é rir. Quem dera a leitora de código de barras entendesse meus sorrisos! Concessionária de energia elétrica, operadora de telefonia, prefeitura municipal... todas elas seriam pagas a gargalhadas. Falo disso com vcs pq sei que parte de nós tem uma relação angustiosa com o dinheiro. Repito: parte de nós. Cada um com seus motivos para tanto.

Dei um jeito nisso. É que optei por manter uma relação "de respeito" com ele, e com tudo o que o dindim pode favorecer. Entendendo-o e o valorizando como recurso, e não como divindade, estou à mercê das demandas por ele. Gero um extra para tal coisa, facilito xis atividade, compro chocolate, pago o aluguel, as viagens de que tanto gosto... Acumularei se for preciso - o inf/verno chega para todos uma vez ao ano, né? Fico bem assim (mesmo que alguns torçam os narizes para essa postura). Continuo, portanto, sem valor de mercado, sem um preço afinal, mas coerente com o modus operandi de nossa economia - estou nela por opção, devo assumir.

Toda essa fala aí de cima tem uma finalidade na real. "Eu poderia estar roubando, estar matando", mas tô escrevendo (com a veste de um captador de recursos voluntário). Hahaha

Se em algum momento eu "passar o chapéu", colabore com o recurso que for (dinheiro, água, alimento, tempo... lembra?), puder e quiser. A demanda será legítima e coerente. Eu não fiz voto de pobreza, mas estou disposto (quase sempre) a colaborar com a redistribuição de recursos disponíveis por aí para quem os requer bastante. E tenho ficado cada vez mais alegre por saber que formamos uma rede em expansão. A pesca é mais fácil assim.

Quando "minha jangada sair pro mar", eu os convidarei ao trabalho. Espero poder contar mais do que nos dedos os que virão.

Enquanto isso, conheçam (se já não faz parte deles) duas iniciativas com as quais tenho íntima relação:

- www.facebook.com/bipidonanelida (a biblioteca popular de meu bairro – em Itapecerica da Serra, São Paulo)

- www.facebook.com/oquintaldefulanaemelao (a cia. de palhaçaria da qual sou parte – em Planeta Terra, Via Láctea)

17.7.14

pouco barulho por muito

Ouço roncos
no quarto ao lado,
no estômago abaixo,
na garagem aos fundos

O bastante.

Cães,
sapos,
galos
lá fora

Ouvir
Ou ver

Olhar pra dentro:
crio grilos
mudos na cabeça

Bastantes.