21.3.10

Imersão

fluido manto de regenerar a vida
parte do mar é aguardente,
outra, sal e chão
canais de sertão esperam a passagem
dos veios adocicados,
dos velhos
Chico, Negro, Tietê
é, para mim, o presente divino
escondido em torneiras
quem pede um copo cheio de água
pede um gole de cru e solene remédio
para um corpo inteiro
se batizar

afinal, nada mais que alma imersa
em eme-eles de líquidos,
sonhos em calefação,
somos nós

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Foi em 1992, mais precisamente no dia 22 de março, que a ONU publicou o texto da “Declaração Universal dos Direitos da Água”. Ele é um documento que sugere medidas e dá informações sobre a água a fim de conscientizar a população mundial a respeito da vital necessidade de se preservar os recursos hídricos do planeta. Por exemplo, não deixando torneiras gotejando como nesta foto, feita por mim em um parque de "PRESERVAÇÃO" do meio ambiente de Manaus, AM. Abaixo, a declaração da ONU para você conhecer e refletir, imerso em uma refrescante banheira cheia de consciência. E para termos, também, o que comemorar todo dia que não seja somente um 22 de março.

Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

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