Deste lado da mesa que dividimos entre meu trabalho e seus estudos, vejo que escreve com caneta vermelha para colorir ao que atento deveria estar. E faz muxoxo se a caligrafia erra. Nenhuma borracha apaga caneta. Tsc, tsc, tsc.
A noite deste sábado veio como o filtro de café que se manchou - recém-passado por você. Em um minuto, deitou-se a estrela - assim: sem mais, nem menos. Filtros de café não terão manhãs. Desperdiço meu tempo com as palavras que compraram de mim. Esse trabalho indignifica o homem. Tsc, tsc, tsc. Minha vez.
Então, para meus regozijo e alívio, a mesa se pinta de você, de café, de caneta.
Eu: negra pele, rubras bochechas.
Eu me distraio com suas tintas.
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para FBNJr.
21.7.12
18.7.12
estudo em grupo
Estudando, do outro lado da mesa, no silêncio seu, procurando não me atrapalhar. De vez em quando, escuto seu coração, mesmo que a um metro e meio de mim, acompanhando a ranhura da borracha sobre as rasuras do seu papel de rascunhos. A mesa vibra seus rabiscos.
Eu também.
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Para FBNJr.
Eu também.
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Para FBNJr.
9.7.12
rubricas
arrendarei a parte que me sobrou da cAlma,
já que o único latifúndio dela você ocupou inteiro
para correr em noites de desespero
sob o luar
ou caminhar sua serenidade
sobre os campos de um verde ressecado,
carente de água há muitos e longos anos
- vacas morreram sem pasto antes de sua aparição
entregarei toda a seara que vier daqui para a frente
assim como darei todas as canções e poemas
que Bethânia interpreta em minha casa,
presos na minha coleção de CDs e DVDs,
esses eu os darei a você
e, daí em diante, com Bethânia em mãos,
deixará de ouvir as vozes inseguras
que o futuro lança como ecos
entre os vales
ouvirá, em vez de juras e promessas,
votos de amor;
ouvirá meus contemporâneos e originais repentes,
mas, também, meus clichês,
desses que estão nos títulos das reportagens de revistas,
desses que pagodeiros cantam melosamente,
desses que são a matéria-prima de livros de autoajuda,
pois "amor" é palavra sem semântica,
letras sem juízo,
termo perdido entre as regras sintáticas
diante desse apelo,
desse documento,
desse acordo
redigido sem taquigrafia e com letras garrafais,
a você
só faço uma pergunta:
onde assino?
quero estar ao seu lado:
mundo, mundo,
vasto mundo,
se eu não me chamasse Romulo
isso seria uma rima,
e não o meu nome
- com firma reconhecida,
rubricas nas páginas
nosso amor é um poema
(com ene testemunhas)
lido e interpretado pela voz de Bethânia
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para FBNJr.
já que o único latifúndio dela você ocupou inteiro
para correr em noites de desespero
sob o luar
ou caminhar sua serenidade
sobre os campos de um verde ressecado,
carente de água há muitos e longos anos
- vacas morreram sem pasto antes de sua aparição
entregarei toda a seara que vier daqui para a frente
assim como darei todas as canções e poemas
que Bethânia interpreta em minha casa,
presos na minha coleção de CDs e DVDs,
esses eu os darei a você
e, daí em diante, com Bethânia em mãos,
deixará de ouvir as vozes inseguras
que o futuro lança como ecos
entre os vales
ouvirá, em vez de juras e promessas,
votos de amor;
ouvirá meus contemporâneos e originais repentes,
mas, também, meus clichês,
desses que estão nos títulos das reportagens de revistas,
desses que pagodeiros cantam melosamente,
desses que são a matéria-prima de livros de autoajuda,
pois "amor" é palavra sem semântica,
letras sem juízo,
termo perdido entre as regras sintáticas
diante desse apelo,
desse documento,
desse acordo
redigido sem taquigrafia e com letras garrafais,
a você
só faço uma pergunta:
onde assino?
quero estar ao seu lado:
mundo, mundo,
vasto mundo,
se eu não me chamasse Romulo
isso seria uma rima,
e não o meu nome
- com firma reconhecida,
rubricas nas páginas
nosso amor é um poema
(com ene testemunhas)
lido e interpretado pela voz de Bethânia
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