9.11.08

dois gumes líquidos

tenho formato de bolha
vibrante
na iminência da explosão

tenho um jeito de quem não entende direito
se me formato,
se me rebelo

tenho um sofrimento
esquisito,
uma fluidez impossível de se medir
com um frasco de perfume
ou uma colher de chá

tenho um desejo de não estar,
vez ou outra,
entre dois gumes,
para não mais ter de vacilar
pelo sim, pelo não

tenho um poema que somente eu entendo
porque ninguém sabe
qual é o meu melhor verso,
meu melhor jeito,
minha versão melhor:

se meu lado b
ou meu lado a