uma cadeira à altura de montanha alguma
sobre a qual me apoio
receio a queda,
pois o chão é trêmulo
- dia de terremoto
mas há fados que me dêem socorro:
o corpo,
se dor tiver,
será remediado com música portuguesa
será reinventado como todo verso de poesia
será, de novo, parte de mim
no que quero,
minha alma brinda o silêncio
do que não falamos
no que não quero,
um afastamento repentino
do que poderia ser tátil
então, meu convite e súplica:
quando disposto, ponha-me no solo
junto às pedras de Espanca,
pisoteadas
como qualquer um
como um qualquer
pois o meu encanto é fato,
mas meu desejo, fado