vale o que eu digo
porque você é a resposta
para o que tanto passado me condenou
o presente é reajuste,
ajuste das horas,
minutos
e intermináveis segundos pelos versos com que prendo sua atenção
os pés freneticamente móveis,
turbinas de avião em silêncio
essa conexão ao som de teclas,
envergadura de asas em placas de metal
descalço, eu o convido a uma dança
entre nuvens e estrelas desta noite
esse som de mar que vem do Seu peito,
ronronar de gato tímido
ansioso por uma solução
risco, ranhura, unhas perversas sobre uma almofada,
ninho que aconchega entre os pelos do Meu peito
você, gato meu, minha sanha
a assanhar-me o que não tenho na cabeça,
mas sobra no corpo inteiro:
resquícios seus,
minha vontade de suar
ao seu suor
---------
para FNJr.
29.5.12
27.5.12
arquitetando tanto
por trás de portas que não se abrem,
sobre plantas que não se movem,
flores eu colho e dou como retribuição
para você
enfeites do jardim de cores e pixels
que você projetou para nós dois,
elas não têm nome, cheiro,
mas formas, sim:
pincéis do Microsoft Paint®
elas têm o tamanho exato de nossa vontade,
viver o para sempre a cada dia,
arrumando um buquê de bem-quereres
repare
da varanda lateral, jogarei as sementes
em todo o gramado
para que o solo possa abrigá-las
e, em dias de sol como o hoje, do alto do cômodo
envidraçado, cujas paredes, embora frágeis,
têm a transparência reveladora
de um sentimento que se estenderá
além dos pilares,
das cercas,
da calçada,
eu me atiro entre elas
para germinar
lá de cima,
tomando café-com-leite
para umedecer as mastigadas do bolo de ovos,
balançando na cadeira,
veremos nossos meninos brincarem no quintal
- sejam eles gente ou bicho,
amém de todo modo
a casa que projetou para nós
levará nossos nomes na entrada
para alertar que, além de donos,
aquela propriedade é a sede
de uma felicidade mútua
a casa que projetou para nós
terá concretude em vez de concreto,
terá sentimento em vez de cimento,
terá vida em vez daquela viga sobre a qual discutiremos
se estará no ponto certo
terá tudo no lugar
e lugar para tudo
será abrigo
sem obrigação,
mas pelo bem que faz ao amor
se um lar se encontra
brindemos nosso teto
e fundamento,
nosso primeiro
aval para casar
casa e casamento
eu aceito
sem dúvida
----------
para FNJr.
sobre plantas que não se movem,
flores eu colho e dou como retribuição
para você
enfeites do jardim de cores e pixels
que você projetou para nós dois,
elas não têm nome, cheiro,
mas formas, sim:
pincéis do Microsoft Paint®
elas têm o tamanho exato de nossa vontade,
viver o para sempre a cada dia,
arrumando um buquê de bem-quereres
repare
da varanda lateral, jogarei as sementes
em todo o gramado
para que o solo possa abrigá-las
e, em dias de sol como o hoje, do alto do cômodo
envidraçado, cujas paredes, embora frágeis,
têm a transparência reveladora
de um sentimento que se estenderá
além dos pilares,
das cercas,
da calçada,
eu me atiro entre elas
para germinar
lá de cima,
tomando café-com-leite
para umedecer as mastigadas do bolo de ovos,
balançando na cadeira,
veremos nossos meninos brincarem no quintal
- sejam eles gente ou bicho,
amém de todo modo
a casa que projetou para nós
levará nossos nomes na entrada
para alertar que, além de donos,
aquela propriedade é a sede
de uma felicidade mútua
a casa que projetou para nós
terá concretude em vez de concreto,
terá sentimento em vez de cimento,
terá vida em vez daquela viga sobre a qual discutiremos
se estará no ponto certo
terá tudo no lugar
e lugar para tudo
será abrigo
sem obrigação,
mas pelo bem que faz ao amor
se um lar se encontra
brindemos nosso teto
e fundamento,
nosso primeiro
aval para casar
casa e casamento
eu aceito
sem dúvida
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para FNJr.
15.5.12
na ponta do lápis
ainda gosto de apontar os lápis que tenho
mesmo que prefira escrever com teclado
- me excito com a penetração da madeira
no apontador, com o roçar
do grafite na lâmina cega
meu gozo é incalculável,
são de um tom acinzentado
o risco e o resultado da masturbação
(que se espalham em poeira
sobre meu colo,
minhas mãos)
o rascunho é a melhor preliminar entre
um texto e um poeta
mesmo que prefira escrever com teclado
- me excito com a penetração da madeira
no apontador, com o roçar
do grafite na lâmina cega
meu gozo é incalculável,
são de um tom acinzentado
o risco e o resultado da masturbação
(que se espalham em poeira
sobre meu colo,
minhas mãos)
o rascunho é a melhor preliminar entre
um texto e um poeta
14.5.12
sem mais, nem mas
- mas o circo te chamou?,
perguntou aflita
mais alguns instantes:
- mas saiba que vida de circo não é fácil,
afirmou como se já houvesse passado anos sob a lona
mais aplausos
eu, debaixo da barra de sua saia ainda,
tentando me equilibrar na bamba faixa de pedestres das ruas que hoje atravesso sozinho,
sem mãos dadas,
vejo na plateia
holofotes vermelhos,
velas verdes,
mas seus olhos (os dela), são um brilho amarelado de alerta:
- espere aí, meu filho
sem mais, nem mas:
- sim, mãe, o circo me chamou.
Quer pipoca ou algodão doce?,
eu ofereço meu mais novo espetáculo
perguntou aflita
mais alguns instantes:
- mas saiba que vida de circo não é fácil,
afirmou como se já houvesse passado anos sob a lona
mais aplausos
eu, debaixo da barra de sua saia ainda,
tentando me equilibrar na bamba faixa de pedestres das ruas que hoje atravesso sozinho,
sem mãos dadas,
vejo na plateia
holofotes vermelhos,
velas verdes,
mas seus olhos (os dela), são um brilho amarelado de alerta:
- espere aí, meu filho
sem mais, nem mas:
- sim, mãe, o circo me chamou.
Quer pipoca ou algodão doce?,
eu ofereço meu mais novo espetáculo
4.5.12
nem tchum
hola, que tal
nadie
hallo, wie ghets
niemand
oi, como vai
ninguém
vo, du, vc nem tchum
para o meu tchan
nadie
hallo, wie ghets
niemand
oi, como vai
ninguém
vo, du, vc nem tchum
para o meu tchan
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