18.2.11

poema sem futuro

Ela
esperava na janela
pelo porvir

Decidiu plantar no quintal de casa
coisas que, finalmente, amadureceriam
e se tornariam rugas e podridão

O futuro é uma exposição
de medos,
cascas grossas,
e sementes esperançosas

"O futuro nunca chega"
_ela se deu conta;
e passou a trancar as janelas
dali para frente

Vez ou outra,
observa pelas frestas da madeira
o que é a inquietação do outro lado da rua:
são crianças brincando de amarelinha

E só.