29.5.15

paraquedas 3

Fale o suficiente. Escute sem medida. Motoristas e não motoristas agradecem.

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Viver é present continuous. Não resista à existência. Corpo presente. Alma idem. Experi/m/ente.

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Se mudá-lo parece tarefa impossível, deixar o mundo menos feio pode ser um plano Z. Finalmente.

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A brecha, o breu, o bruto. A identidade está não só em nossas ranhuras, mas nas cargas de tinta que conseguimos amparar na superfície. Enquanto o interno for um buraco negro insaciável, a pele será essa tábua de textos e texturas impossíveis de (se) interpretar.

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No consultório do oftalmologista, entre Caras, Claudias e cia., uma pilha de VEJA. "Quanta miopia na sala de espera, doutor!", assim eu enxergo essa ironia... Para minha luz, ainda bem que minhas pupilas já estão dilatadas. Trocarei os óculos, mas me manterei de olho no todo, em tudo.

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Enfim, me equilibrando sobre esta linha tênue e movediça entre a faixa etária e a faixa etérea, eu consigo um bocadinho de tranquilidade. Fiz as pazes com o tempo, procurando reconhecer a duração das coisas em vez da trajetória dos ponteiros. É possível. É possível!

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Ainda há frestas. Há festas de afeto! Não há ódio que resista a um prédio sob nova habitação. Nós, os afetuosos, unamo-nos para ocupar/tilhar cada metro quadrado desta casa abandonada dentro do Outro.

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Meu pensamento tende a se palavrear com a extrema-canhota. Tô avaliando uma reforma cognitiva para evitar conflitos de interesse entre minhas mãos. Não quero ter uma (mão) direita dominante que aprendeu com cartilhas e caderninhos de caligrafia a se "manter na linha". Discurso de ódio não é o mesmo que fazer oposição. De que lado da cama latifundiária se consegue dormir tranquilx depois de apregoar desumanidades? Hein? Pela ausência de uma confortável queen size, tenho dormido num tatame sem fim, estendido em meu íntimo, que é um vasto território de lutas ideológicas entre mim e o que compreendo vir do Outro. Não reparem no t(r)emor deste mal de Parkinson.

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A felicidade é resultado de um paisagismo cuidadoso.

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Namoradeiros. Um escândalo na vizinhança. O verde-amarelo é a fantasia, o fetiche dos papagaios. Mas o canto é da nudez. Tenho preferido o acasalamento ao sexo (de ocasião), como eles, ultimamente. Bico com bico, asa com asa. E ninho.

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