2.2.10

Iemanjá é mais vaidosa do que protetora das águas?

É dia de Iemanjá. Na minha terra, Salvador, tudo é festa e feriado no dia 2 de fevereiro. O mar é mais mar. O azul, mais azul. A Bahia, mais Bahia. Hoje foi de emoção para cerca de 300 mil pessoas, segundo o portal G1, que lotaram o bairro do Rio Vermelho, onde os festejos se concentram.

No trabalho, comentei sobre a data e os costumes com colegas e abrimos uma discussão. Uma questão, levantada por Guilherme Mota, foi bem pertinente e quero compartilhá-la aqui.

Será que Iemanjá é mais vaidosa do que protetora dos mares?

Será que ela gosta tanto de vidrinhos de perfume, vasilhas plásticas de desodorante ou bijuterias feitas com toda sorte de materiais nada biodegradáveis?

Quem responder ganha flores como as que são oferecidas para Janaína (apelido da rainha do mar) em dias de maré de felicidade. Comente este post respondendo à pergunta. Semana que vem, prolongarei o comentário e falarei mais sobre orixás, águas e rituais, além de como o Candomblé pode ser uma manifestação religiosa essencialmente ecológica.

Axé.

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Na foto, instante em que capturei uma menina em Arraial do Cabo, RJ, onde estive duas semanas atrás. Ela catava os peixinhos brancos jogados na areia pelas ondas e os devolvia à água. Um ato fotográfico. Singelo.

1 comentário:

Andre de P.Eduardo disse...

Romulo, creio que Iemanjá é sim extremamente vaidosa; porém sua vaidade se dedica à preservação do mar - de sua casa, seu repouso, seu canto, seu reino. Ela deve se orgulhar da menina da foto, que leva os peixinhos de volta "para casa", essa sim sua "manicure". O plástico dos perfumes, símbolo da vaidade dos homens, polui o verdadeiro aroma do mar. A natureza é mais vaidosa, mas dentro de suas leis, não das nossas... Iemanjá é a protetora dos mares por ser muito vaidosa - mas seus perfumes são o próprio segredo e mistério das águas.
Cheiro!