os dias de açoite dormem
com noites que acordam
chuvosas e frias
lá do alto,
na montanha mais longe de mim,
teço comentários essenciais
sobre um casebre com janelas
semiabertas
semiáridas
semipálidas
estou uma incompletude,
um vacilo duradouro
por
anos, anos e anos
em um calendário de folhas viradas,
marcadas com sofrimento mudo
tenho amor demais
implícito
vivo como um vaso frágil
sobre um bambo aparador:
a queda é urgente
por isso, quero me despedaçar
- escravo que sou
sobre um tapete com tons gramíneos,
amortecidos os cacos terei assim
como uma overdose que se finda
chega de amar sozinho,
sem retorno,
alguém que me esconde atrás de uma montanha
alta, inerte e febril
hoje, abandonei meus grilhões
no cesto de roupas sujas
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