25.1.07

pra qualquer um, dor qualquer

Esta é uma [___________] de dor. Porque dói aqui, dói ali, dói distante. Tenho minha cabeça bem separada do corpo agora. Alguém me estica o tronco a fim de arrancar meu topo. Uma tortura, uma tontura, uma soltura sem tamanho.

Daqui do alto, dói o dente que range. De lá de baixo, doem as cicatrizes do pé pisante em brasas. Corri, corri, corri, mas no final, a queda.

Minha cabeça dói com medo da verdade. Alguém me estica longe para me desprender, como se eu fosse um frango a ser desossado.

Ninguém me entende o tamanho que tenho, ninguém me mede a envergadura das asas.

Algo me diz que opressão é isso:

Uma dor esticada do primeiro ao último osso oco do corpo.

- E ninguém percebe.

2 comentários:

Eduardo Pelosi disse...

é exatamente como me sinto agora

Anónimo disse...

Isso de POESIA: é o fim. Nunca tive começo e me sinto aí: doendo até quando doer será imperceptível em mim. Seu texto. Textura da procura que me é alegria e nunca será, portanto, a minha maior tristeza está nesta sua poesia. Estou sem porque o AMor, agora, me lotou de solidão...E eu fui há alguns dias: alegria.