14.3.09

autossonoro

no segredo da buzina,
há um som que grita meu nome,
que não é grafado em naftalina
porque não tenho desejos voláteis

há uma alma
há uma alma
alma há uma
alma, alma
aqui dentro

caixa acústica onde deixei
meu beijo, meu cheiro, meu lápis

não espalho a cor da minha vida
porque caneta alguma risca incolor

ressonância:
alma, alma
alma há uma
há uma alma
há uma alma

eu sou o som presente imperfeito
do que cantei lá atrás

eu sou a onda curta
que o verbo nem quis conjugar

eu sou a histeria muda
de um homem que canta triste,
em falsete

eu moro no segredo da buzina

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A partir deste post, seguirei as regras do novo acordo ortográfico.

2 comentários:

Anónimo disse...

Você é o som da poesia, Rominho!

Otavio Valle disse...

lindo Rominho!