em seu pastoreio,
na sua fugere urbem,
Verônica catava flores de poucos quereres
e as punha no bolso
- era um sinal de elegância
para a época ainda rodrigueana,
em que faltavam a delícia da paisagem,
os ventos intensos nos cabelos sem antifrizz,
tudo porque há televisores muitos
entorpecendo
seus amigos,
seus amores,
seus rumores de felicidade
levou-as para casa
e as escondeu em um frasco de creme da Avon?
não, fez melhor,
tomou chá de pétalas sem sabor
porque precisava crer que
só tem gosto
a beleza essencial,
aquela que não rejuvenesce,
mas se encontra
em um gesto não aparente
Verônica se deu com tanto,
que é isso e só:
ser belo é encher um bolso jeans
com flores murchas e descabeladas
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para minha Verônica, que não sabe o que planta, mas colhe o que quer.
1 comentário:
Um amor que não precisa se dizer.
Um amor que se expressa no não dito, no que é subentendido.
Um amor "energético" (rs!)
E que existe em todos os meus poros.
Esse é o meu amor pelo meu Rominho...
V
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