quando bem te vi,
ao meu olhar dei todo doce
daquela fruta ainda imatura
que o pássaro insistia em bicar
tive um bem para molhar os lábios
salivados do desejo de um beijo
nosso
bem-te-vi ao longe
a voar
a roubar o gosto de um sentimento que é meu
meu bem, tive a chance de chegar bem perto,
chegar mais próximo até que não houvesse mais espaço
entre mim e o corpo teu
mas o bem-te-vi intruso,
com seu canto ruidoso,
anunciando presença alada,
roubou-me o gesto de te fazer todo-arrepio:
teu olhar seguia-o,
tua distração
meu bem, meu bem, te vi tão junto
que agora quero preso o pássaro
e livre meu eu-que-bem-te-vejo
da próxima vez,
quando eu ouvir um assobio daquele pássaro cantante,
esquecerei meu ego ecológico
e usarei um estilingue
para bem te ver
bem te ter
de novo
3 comentários:
são uns velhos galhos. tortos e que apontam tantos rumos [que rumos são estes?]
vivo numa ausência fria de não se sabe o que
nessa inconstante frenética incessante dolorosa busca por um saciar
que não sacia
e sigo. . .
[eu]
aceitando.
a corrida das horas e do ponteiro que avança das quatro e dez
a serenidade de não saber o que quero
de não ser o que quero
de não escrever o que penso
de nunca encontrar o que procuro
nem o oposto
mto bom!!!
abraços
Adorei o original jogo de palavras e a sonoridade deste poema.
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