30.5.10

true colors

metade é meta,
metade outra, mentira e mais um pouco.
tá?

vêm o movimento,
a nova onda,
a luta,
a cópula

tingida de technicolor
sobre um salto de ponta-firme:
ela; a cidade de São Paulo

"Your true colors
True colors are beautiful,
Like a rainbow",
cantemos!

Cindy é a tendência desta semana
na Avenida Paulista

9.5.10

Não deixe a preguiça de lado

Vamos brincar de jogo dos sete erros? Mas você não terá de comparar duas imagens, somente observar esta fotografia que fiz em Manaus, AM, no ano passado.

- Ok, ok, você já não aguenta mais as minhas fotos de Manaus. É que a viagem rendeu tanta coisa que só aqui é possível publicar com alguma - mesmo que nem sempre tanta - relevância.

Voltando ao jogo... existe um animal nesta foto que é maltratado por homens em sua própria casa, assediado por turistas que pagam para tê-lo em volta de seus braços lhes dando um "prazer tropical", move seu corpo com uma malemolência de parar o trânsito e tem unhas longas, perigosas se cravadas na pele. Não, não... não me refiro à mulher do barco, mas ao bicho-preguiça que ela carrega no dorso. É em referência a ele que eu gostaria que você, por um minuto, pensasse no máximo de erros que esta situação representa do ponto de vista socioambiental.

Um minuto!



OS ERROS

1. Expor um animal como o bicho-preguiça ao sol durante horas a fio sobre um barco em pleno Rio Negro. É um bicho que vive sob a sombra justamente para se proteger. Tem pelos por todo o corpo, o que aumenta sua sensação de calor. Raramente desce ao solo, somente para fazer as necessidades. Até para se reproduzir prefere as copas das árvores. Dorme cerca de 14 horas por dia! Por que é que foram levar o bicho para este barco? Tá acordado, se desidratando e morrendo de fome.

2. Não é um animal doméstico como um cachorrinho que você pode levar no colo, no dorso, na cabeça para lá e para cá. Repare na feição de prazer e satisfação do indivíduo que a manaura carrega no barco. É muito difícil se criar preguiça em cativeiro por conta dos hábitos alimentares bastante peculiares. Duvido que, diariamente, esta mulher pegue um bicho desses na árvore e o leve para passear um pouco. Deve ficar preso em uma coleirinha improvisada no quintal do arbusto que ela tem em casa.

3. Oferecer o animal para turistas se divertirem, tirando fotos dele e cobrando por isso é crime ambiental. Nem sei como enquadrar isso. Mas dá cana! E o pior é o cara que fomenta a prática. Se você já fez isso, envergonhe-se e não saia mostrando sua foto "heroica" por aí como um troféu.

4. Se o barco, por algum acidente, virasse, quais seriam as chances de alguém tentar salvar o bicho? Fora que eles carregavam também jiboias, sucuris e outras cobras "exóticas" na mesma embarcação. Se virasse, duvido que eles não se borrariam de uma delas enroscar em seus pescoços. Eu disse "eles" porque havia um homem no barco também.

5. E quem fiscaliza isso, meu Deus? Só vistas grossas para o evento. Quando eu estava lá, no mínimo, três barcos se aproximaram do meu para mostrar jacarés, preguiças, cobras...

6. Os humanos que estão no barco não têm educação. Mas têm alternativas de trabalho também? Vai saber... Onde está a educação ambiental promovida pelo Estado do Amazonas? Eles só usam o dinheiro arrecadado para manter o famoso Teatro do centro da cidade bonito e para pagar o ar condicionado que ele consome?

7. O sétimo erro vou deixar por sua conta para permitir a nossa interação. Adoraria receber um comentário seu sobre o assunto. Ah, comenta, vai. E deixa de preguiça! Mas não deixe o bicho de lado para não virar assunto do Colheita Seletiva.

oito centímetros

da luz de fora
a silhueta era
sua;
a contemplação matutina
foi meu desjejum,
vejo vales no seu rosto
quando acordo
e grito do lado de cá:

"eco"
-
"eco"

- há resposta

minha questão crucial:
qual será a maior distância entre nós
de agora em diante?

quero que sejam somente esses oito centímetros bobos

2.5.10

Improvise, reaproveite e impressione



Tenho ficado meio paranoico com uma brincadeira bem gostosa: reaproveitar o máximo de coisas que seriam descartadas e que que ainda guardam em si uma potência de ser algo novamente, ter um novo papel no cotidiano.

Como assim?

Recebo muitos convites, materiais de divulgação, press kits, revistas etc. todos os dias tendo como remetentes as assessorias de comunicação e seus clientes por causa do meu trabalho. A maior parte não tem valor exato, é mais um desperdício.

Por que, por exemplo, enviar um DVD e um folder publicitário em uma caixa de papel de medidas aproximadas em 30 x 20 x 4 cm se tudo isso poderia ser enviado por email? Bastava um link para acessar o vídeo no You Tube e um direcionamento de arquivo como um PDF. Imagine que o autor da ação de divulgação deva ter enviado esse press kit para, no mínimo, cem jornalistas. Quantas caixas, DVDs e folders estão hoje no lixão? 98, pois duas delas eu salvei.

Mas tenho encontrado uma solução para isso - só me falta tempo para executá-la com mais frequência. Guardo tudo que é bonito e pode dar vazão à criatividade.
Os designers de imagem e produtos não nos poupam de criar coisas belíssimas e tento aproveitar tudo deles. Envelopes, revistas, folders, caixas - a maioria de papel - se tornam presentinhos, embalagens de presentes ou cartões para mimar meus amigos e família. Fitas? Tenho inúmeras delas para dar o arremate.

É um carinho a mais, algo especial, porque quem recebe sabe a que dou valor no meu dia a dia e o que quero revelar, as atitudes que quero incentivar.

Repare, por exemplo, nas grandes ideias que a produção da Martha Stewart executou com materiais que possivelmente seriam descartados. São sugestões para embalar presentes, organizar cartas e contas, deixar os documentos e material de escritório no lugar, fazer a feira e evitar que a panela quente queime sua mesa.

As fotos são auto-explicativas, mas não custa lembrar que caixas de cereais, leite, sabão em pó, latas de leite e achocolatado, camisetas velhas, cortiças, tecidos, jornais e papéis de revistas foram matéria-prima para as criações. Só resta você abusar de sua imaginação e fazer coisas iguais ou na mesma linha.

Vou lançar um desafio:
As três primeiras pessoas que comentarem este post revelando como salvaram algo que iria para os aterros e lhes deram nova vida ganharão presentinhos meus feitos por mim mesmo com materiais reaproveitados. Não importa onde estiver - se perto ou longe -, enviarei por correio ou entregarei pessoalmente. Improvise. Reaproveite. Impressione.